Voragem

Voragem foi meu "début" na Literatura Japonesa - confesso que por falta de interesse mesmo e até de curiosidade. 

Pois bem, vamos à obra do consagrado autor Junichiro Tanizaki.

Sonoko, além de uma das personagens principais, é também a narradora de toda a trama que se inicia com uma fofoca criada em torno de duas colegas, Sonoko e Mitsuko, que acabam por se apaixonar e culminam num poli-relacionamento envolvendo ainda um sedutor barato chamado Watanuki e Kakiuchi (marido de Sonoko).

O livro fala de traição, de obsessão, de amor, de desejo, de impotência, de vingança, de extremos. Meio animal e meio humano, o instinto das personagens vão se transformando à medida que suas ações geram desdobramentos que vão dificultando para o leitor apontar quem é o traído e quem é o traidor.

É importante ainda não deixar de contextualizar: toda a trama se passa na região de Osaka, na década de 20, onde a moral e os bons costumes são estritamente seguidos - qualquer passo em falso, seja pelo deslize de uma mulher ou de um homem, e toda uma família vai para o buraco. Daí vem o sufocamento que se espera garantir a privacidade, mas que não se prova sustentável.

Bizarro pela irracionalidade. E excêntrico em sua razão. 




















Título: Voragem
Autor: Junichiro Tanizaki
Editora: Companhia das Letras
São Paulo / 2018